23/11/2016

PALAVRA DO PRESIDENTE

Presidente do Ministério, mas com visão missionária


Pr. José Martins de Calais Júnior

Minha chamada para a obra missionária deu-se na adolescência. Em nossa igreja sempre passavam missionários e contavam suas experiências adquiridas nas mais diversas partes do mundo, e assim, nesse convívio, cresci ouvindo falar de missões e das experiências vividas no campo missionário.

No seio da igreja, sonhei com os campos missionários e com a possibilidade de glorificar a Deus com minha vida. Era praticamente impossível ler a passagem de Mateus 28.19-20 sem que as lágrimas me viessem aos olhos.

Entretanto, o tempo passou... o adolescente cresceu e o sonho tornou-se realidade, quando tive o imenso privilégio de servir como missionário no México, por dois anos, e neste curto espaço de tempo plantamos 3 igrejas e que ainda continuam firmes, cheias da glória de Deus e a cada dia muitas outras pessoas tem vindo para integrar esse grupo de salvos servindo ao Senhor. Até hoje, sinto uma imensa alegria em saber que estão na presença do Senhor.

Assim, após longos anos, minha paixão missionária continua a mesma e com as cãs e a calvez, veio também o amadurecimento e o amor por missões e evangelismo permanecendo o mesmo, a ponto de derramar lágrimas quando ouço falar sobre a obra missionária. Nesses 17 anos de retorno ao Brasil, busquei sempre nunca esquecer o primeiro amor missionário e, juntamente com minha família, procuramos sempre estar envolvidos com a causa missionária, seja visitando campos de missão, orando, contribuindo e buscando de alguma forma apoiar aqueles que estão na linha de frente. Fica notório, em cada ação empreendida, que o mundo está cada vez mais distante de Deus e existe um esfriamento muito grande com relação a missões. Mas ainda há um remanescente fiel que sempre nos procura com desejo nos corações de conhecer sobre os povos do mundo e sobre as necessidades missionárias. E desses, alguns apresentam suas vidas para serem enviadas ao campo missionário.

As necessidades são muitas em relação a obra missionária e acreditamos que nosso povo evangélico brasileiro não saiba das necessidades missionárias na Europa, como também nos demais continentes. Um exemplo é Portugal, um país tão pequeno e, segundo levantamentos, tem aproximadamente 50 cidades sem nenhuma igreja evangélica. Embora muitas igrejas evangélicas brasileiras estejam fazendo missões, ainda falta uma reflexão séria acerca desse assunto. Parece que o amor por missões está esfriando e estamos deixando de lado essa nossa responsabilidade. Muito pouco se fala sobre os mais de 12 mil povos ainda não alcançados pelo Evangelho e muitos crentes ficam horrorizados ao ouvir falar sobre missionários ou outros cristãos que são lançados em prisões, terrivelmente perseguidos e/ou mortos por causa da fé em Cristo.

Hoje, o missionário é um "problema" que a igreja brasileira tenta administrar dentro de suas prioridades locais, da maneira mais conveniente possível. Gostamos da glória da missão, mas precisamos entender o custo da missão. Gostamos de dizer que o Brasil é o "celeiro do mundo", mas nos esquecemos de dizer que os missionários brasileiros estão entre os que menos recursos recebem de suas igrejas e que são raros os que tem um plano de aposentadoria.

É tempo de mudar esses conceitos e assumirmos nossa responsabilidade com a causa missionária, em especial com a nossa Missão Boas Novas, com a qual fazemos o compromisso de apoiar, contribuir e investir cada dia mais.

Hoje, como Presidente desse Ministério e da Missão Boas Novas e com a chama missionária sempre ardendo em meu coração, declaro que, em nome de Jesus, este trabalho de missões, que se iniciou a quase 26 anos nesse ministério, vai prosperar ainda muito mais e vamos colher os frutos missionários para a glória de Deus.